Dada a uma alteração na ordem das palestras, a secretária de Gestão de Pessoas do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Ana Cláudia Braga Mendonça, falou aos participantes do Congresso do SITRAEMG ainda antes do almoço. Para acompanhá-la, compuseram a mesa os coordenadores do SITRAEMG Carlos Humberto Rodrigues e Líliam Lyrio, além das servidoras Sônia Maria Perez e Eliana Leocádia.
Na palestra “O trabalho que temos e o trabalho que queremos”, Ana começou falando sobre as mudanças que atingem o serviço público hoje – ela as caracterizou como mudanças profundas e que acontecem rápido. Fatores como a cobrança de mais efetividade, o surgimento e o desaparecimento de funções com o avanço da tecnologia; a sobrecarga de informações; a incerteza quanto ao futuro devido à demora no PCS e a visível perda de benefícios estressam os servidores.
Hoje em dia, as pessoas ingressam cada vez mais cedo no setor público e se aposentam cada vez mais tarde. Isso, de acordo com Ana Cláudia, leva a um choque de gerações causado pelas diferenças de comportamentos e pontos de vista. Os grupos nos ambientes de trabalho ficam desagregados por esta e outras dificuldades no cenário do setor público hoje. “Esse é o maior desafio dos sindicatos hoje: congregar essas pessoas em torno de um só objetivo, o que aumentaria o sentimento de pertencimento e a empolgação com o trabalho”, disse a palestrante.
Reflexão necessária
Ana Cláudia Braga fez um panorama das doenças que atingem os servidores hoje em dia, em sua maioria ligadas à ergonomia e causas psicológicas – “dizem que ‘o trabalho dignifica o homem’, mas, do jeito que está, parece mais que ele ‘danifica’”, ironizou. Ela crê que uma das formas de combater isso é fazer uma reflexão sobre “como queremos [servidores] estar daqui a um tempo com relação ao nosso trabalho. Senos não estamos bem, jamais conseguiremos fazer um bom trabalho e tornar o ambiente um lugar melhor para se estar”.
Para a palestrante, a visão que se tem do trabalho varia de acordo com a forma de como nos sentimos em relação a nós mesmos. Logo, quando criticamos o trabalho ou a instituição – neste caso, os tribunais -, é preciso ver o que é de fato um problema do trabalho e o que é um problema pessoal. “Saber o quanto de si há na sua reclamação sobre o trabalho ajuda a acertar o rumo para alcançar objetivos [no trabalho]”, explicou Ana.
A psicóloga destacou, ainda, a importância de aprender a “viver o ócio”, ou seja, viver momentos em que não se faz nada, em prol de nosso próprio bem estar: “precisamos ver o ócio não como um momento de improdutividade, mas sim um momento de quietude, de reflexão, de estar consigo mesmo”, ponderou.