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Ex-vereadora e ativista dos Direitos Humanos Helena Greco será enterrada hoje em BH

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A seguir, a íntegra de matéria publicada na edição desta quinta-feira, 28, do jornal Estado de Minas, com os detalhes da morte da ex-vereadora de Belo Horizonte Helena Greco – incansável defensora dos Direitos Humanos -, ocorrida ontem, do velório e do sepultamento marcado para hoje, na capital mineira:

“Perder a indignação, jamais

Será enterrada hoje em Belo Horizonte, dona Helena Greco, símbolo da luta pela anistia e redemocratização em Minas. Ela estava afastada do partido que ajudou a fundar há 31 anos

“Sou uma feminista radical e uma militante de extrema-esquerda”. Dessa forma se definiu Helena Greco, em documentário sobre sua trajetória, em 2007. Referência na luta pelos direitos humanos e feminista, a fundadora do PT faleceu ontem, aos 95 anos, em casa, depois de um quadro de pneumonia. A filha, Heloísa Greco, que a acompanhou na batalha, disse que a marca da sua mãe foi a radicalidade e lamentou a perda, segundo ela, “colossal”. Ser filha de uma mulher como Helena Greco, para ela é um privilégio, mas também uma responsabilidade. “A minha mãe foi uma referência muito expressiva na luta contra a ditadura que se desdobrou na luta contra todas as formas de repressão. E sempre com perspectiva de combate”, disse. E acrescentou: “Eu acho que é um privilégio ter a sua mãe como companheira de luta ou uma companheira de luta como mãe”.

A referência da senhora de personalidade forte e de voz calma percorreu gerações. Para o neto, Gustavo Greco, ficou um ensinamento, segundo ele, sempre repetido pela avó: “A única coisa que a gente não pode perder é a capacidade de indignação”, lembrou.

O ex-secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda ressaltou a importância de dona Helena para o PT. Segundo ele, foi ela quem deu credibilidade e respeitabilidade à legenda fundada em 1980, período difícil da política brasileira. Ele lembrou ainda que ela, a primeira petista para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 1983, fundou a Comissão de Direitos Humanos, pioneira no Legislativo municipal. “ Dona Helena é sinônimo de coragem e luta”, disse.

O partido ficou no coração da militante, mas também a decepcionou muito. “Ela sempre foi uma combatente dentro do PT para manter as questões da radicalidade”, contou Heloísa, observando ainda que a sorte da mãe foi de já estar “ de uma certa forma” afastada da política e não ter visto a “lambança” que está acontecendo com o PT agora.

Luto oficial O prefeito Marcio Lacerda (PSB) decretou luto de três dias e por meio de nota lamentou a morte da militante: “a morte de dona Helena Greco representa uma grande perda para todos aqueles que lutam por um mundo com mais justiça. Desde jovem, Helena Greco se indignou com as injustiças e as desigualdades e, a partir da década de 70, durante a ditadura militar, se engajou de corpo e alma no movimento pela anistia. Sua luta em defesa dos direitos humanos sempre foi referência para todos aqueles que escolhem como missão de vida a construção de um país onde os direitos e os deveres são patrimônio de todos os cidadãos”.

 Helena Greco foi velada ontem no Cemitério Parque da Colina. Seu caixão foi coberto com a bandeira do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, marca também da roupa de Heloísa. A militante deixou outros dois filhos, Marília e Dirceu, e três netos. Helena será enterrada hoje às 11h, também no Cemitério Parque da Colina. Ela já começou a se afastar da política em 2002, depois da morte do marido, com quem foi casada por 67 anos, mas, segundo os filhos, Helena nunca perdeu a perspectiva de luta.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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