O superávit primário do setor público no mês de julho para pagar juros da dívida pública, divulgado pelo Banco Central, é suficiente para cobrir o custo anual integral do PCS-4 do Judiciário Federal e ainda sobrar R$ 6,41 bilhões.
O alerta foi dado pelo economista Washington Lima, do departamento de Economia do Sintrajud-SP, em documento no qual analisa as contas do governo e as compara aos custos do projeto que revisa o plano de cargos e salários dos servidores (PL 6613/2009).
Arrecadação recorde e saldo orçamentário
O superávit em julho foi de R$ 13,8 bilhões, segundo nota divulgada pelo BC, nove vezes superior ao do mesmo mês no ano passado, que foi de R$ 1,5 bilhão. Segundo o economista, no ano, o superávit primário acumula R$ 92 bilhões (4% do PIB – Produto Interno Bruto), 111% superior aos R$ 43,6 bilhões (2,12% do PIB) do mesmo período de 2010. A diferença, de R$ 48,4 bilhões a mais, seria suficiente para pagar 6,5 PCS, de acordo com estimativa que avalia um impacto de R$ 7,39 bilhões. Superávit primário é o saldo entre receitas e despesas, excetuando-se os gastos com a dívida pública.
O economista cita ainda a receita recorde da arrecadação federal, de R$ 450,92 bilhões de janeiro a julho, e estudo produzido pelo departamento que aponta um saldo orçamentário de R$ 135 bilhões nas despesas do governo federal até 27 de julho deste ano. “É claro que o governo tem todas as condições de pagar o PCS, o que não existe é o comprometimento com os servidores, pois preferem entregar essa enorme quantia aos especuladores e empresários, através dos juros da taxa Selic (a maior do mundo!) estabelecido pelo Banco Central e enormes subsídios e desoneração da folha para os empresários”, afirma Washington na analise que faz.
Hélcio Duarte Filho, para o SITRAEMG
